Sadao pede melhorias na travessia Santos-Guarujá

Entre sugestões está cronograma de manutenção de balsas

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Diagnóstico do estado de todas as embarcações que integram a travessia Santos-Guarujá (com problemas e idade dos motores), cronograma de manutenção das balsas, garantia de orçamento para a renovação do parque de motores operados pela Dersa. Estes foram alguns dos pedidos feitos a empresa estatal pelo vereador Sadao Nakai (PSDB), que preside a Comissão Especial de Vereadores (CEV) criada para discutir os Impactos provocados pela travessia e outros temas relacionados ao viário da Ponta da Praia.

Por meio de ofício entregue nas mãos do diretor-presidente da Dersa, Milton Roberto Persoli, durante reunião na estatal, Sadao apontou problemas recorrentes na travessia entre os dois municípios - na última sexta-feira, a espera para atravessar de Santos para Guarujá foi superior a 150 minutos -, e os transtornos gerados na Ponta da Praia. Entre as ações sugeridas no documento, a comunicação do tempo real da fila de embarque por meio de painéis eletrônicos espalhados ao longo da orla, desde o Canal 1, para o cidadão poder decidir por onde irá para Guarujá (se de balsa ou pela estrada).

Sadao também pediu a suspensão do serviço Hora Marcada até que todas as embarcações da travessia estejam recuperadas e reintegradas ao sistema.Outro pedido da comissão foi que o Estado regulamente, por meio de decreto estadual, critérios para a concessão do embarque prioritário, tendo como base as leis federais 10.048/2000 e 10.741/2003 (idosos acima de 60 anos, pessoas com deficiência, gestantes e pessoas com criança de colo).

O presidente da Dersa admitiu que a travessia Santos-Guarujá opera, atualmente, com um efetivo de embarcações abaixo do ideal. “Hoje, estamos com quatro embarcações operando e uma quebrada, em conserto. Temos problemas atualmente por falta de embarcação. Gostaria que o problema fosse excesso de veículos”, cita Persoli.

Segundo o diretor de Operações da Dersa, João Luiz Lopes, o número ideal para a operação seria ter 7 embarcações na ativa e a possibilidade de ter uma de reserva.”Com esse contingente, a gente poderia alcançar a marca de até 650 veículos transportados por hora por sentido. Com isso, não haveria fila na balsa”, explica.

Persoli prometeu o retorno da embarcação quebrada à ativa em até 15 dias. Para chegar a sete, precisaria colocar em ação uma licitação de emergência para conseguir consertar as quebradas. “A gente pretende solucionar essas outras duas em até 60 dias, mas nem sempre vencer uma licitação emergencial é uma tarefa fácil”, comenta.

Na reunião, o diretor-presidente da Dersa confirmou os planos do Estado de privatizar a estatal. “Faturamos por ano R$ 75 milhões e para custear o serviço ainda precisamos fazer um aporte de outros R$ 60 milhões. É um serviço muito caro, que recebe um alto subsídio. Acreditamos que uma PPP (parceria público-privado) seja a melhor modalidade para essa gestão”, diz Persoli.

O vereador Sadao Nakai expôs o temor de uma PPP encarecer ainda mais o serviço de travessia entre os dois municípios. “É preciso contar com um edital técnico muito bem amarrado. Caso contrário, mais uma vez, será o munícipe que vai conviver com mais esse ônus. Sem esse cuidado, a tarifa pode até dobrar”, reclama.

Para Sadao, nesse contexto de privatização da estatal, é muito complicado ter um ambiente de confiança a respeito das garantias de melhorias no serviço. “A gente precisa ter a garantia dos orçamentos para consertar essas embarcações. Nesse cenário, a gente não encontra muita segurança”, pondera o vereador.

Nova Ponta da Praia

Sadao também quis saber das sugestões encaminhadas pela Dersa para o programa Nova Ponta da Praia, anunciado recentemente pela Prefeitura de Santos para remodelação e reurbanização do bairro, com a construção de um centro de convenções e do Novo Mercado de Peixe. Segundo o diretor-presidente da Dersa, a estatal pediu que a Administração Municipal acrescente no projeto uma quarta pista para o acesso à balsa, na Avenida Almirante Saldanha da Gama (para a segregação de motociclistas no acesso ao serviço) e a criação de sinalização e abertura para uma conversão para os ciclistas que usam o serviço.

Para Sadao, a reunião foi muito esclarecedora e trouxe novas informações sobre o projeto. “Há dez dias fizemos uma reunião sobre o projeto, na Comissão, com o pessoal da Prefeitura e essas sugestões não foram mostradas. A gente só teve acesso a isso nessa reunião. Isso revela que o projeto ainda não está pronto e precisa ser aperfeiçoado. A Nova Ponta da Praia ainda não pode ser tratado como um projeto fechado. Precisa ser discutido”.

O vereador conclui que a Dersa pede muito mais da Prefeitura do que realmente oferta com seu serviço público. “As sugestões da estatal dizem respeito exclusivamente a sua operação”, cita.

Reunião

O encontro na Dersa foi organizado pelo deputado estadual Paulo Corrêa Jr (PATRI) e também contou com a presença dos vereadores Adilson dos Santos Jr (PTB), Audrey Kleys (PP), Bruno Orlandi (PSDB) e Geonísio Aguiar (PSDB).

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