O recente episódio do ingazeiro do Boqueirão deve ser um dos argumentos utilizados pelo vereador Sadao Nakai (PSDB) para defender projeto de lei de sua autoria, que recebeu parecer contrário da Diretoria Jurídica da Câmara. A proposta dispõe sobre o cadastramento e a periodicidade de poda das árvores de Santos.

Conforme o projeto, apresentado em março deste ano, ou seja, antes da polêmica em torno da remoção do ingazeiro da Rua Oswaldo Cruz, os dados serão publicados na internet e ficarão disponíveis para toda a população. Espécie, localização, estado de saúde da árvore, data da vistoria, identificação do engenheiro agrônomo responsável pelo laudo, e data da última e da próxima poda constarão no cadastro.

"Com esses dados, o processo ficará mais transparente, evitando dúvidas da população. No caso do ingazeiro, as pessoas questionaram a necessidade de remoção porque não havia informações sobre o estado de saúde da árvore. Somente depois da mobilização, que ganhou força nas redes sociais e repercutiu na imprensa, é que a Prefeitura divulgou que o vegetal estava comprometido e corria o risco de cair".

Mesmo com o parecer contrário da Diretoria Jurídica, Sadao Nakai optou pela continuação da análise do projeto. Agora a proposta será avaliada pela Comissão de Justiça e Redação do Legislativo.


Informações

Em 2014, Sadao já havia solicitado informações à Prefeitura sobre o Programa Municipal de Arborização, que prevê o plantio de 20 mil novas árvores até 2016 e sobre o registro desses vegetais.

O vereador foi informado que a Secretaria de Meio Ambiente possui registro das árvores plantadas ao longo dos canais 1 ao 7, na orla e também dos novos plantios das ações compensatórias do VLT e da Codesp. Um levantamento arbóreo das praças estava em andamento.


Desequilíbrio ambiental

Vale destacar que pesquisa realizada em 2009 pela Universidade Santa Cecília revelou desequilíbrio ambiental na arborização urbana de Santos. O estudo apontou que a quantidade de áreas verdes da cidade, com exceção dos morros, é inferior a recomendada pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana.

O ideal é que a cidade tenha 15 metros quadrados de área verde por habitante. No entanto, na área insular de Santos, de acordo com o estudo, a média era de 13 metros quadrados por habitante.


Em alguns bairros, o número era muito inferior ao recomendado. No Campo Grande, por exemplo, a área verde era de 0,07 metros quadrados por habitante.



Assessoria do vereador Sadao Nakai
Andrea Rifer
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