Infelizmente não é de hoje que alguns indicadores da Baixada Santista chamam atenção. Principalmente os da saúde de nossa população. Acumulamos recordes que em nada nos orgulham. Cito alguns exemplos:
As neoplasias matam mais na Baixada Santista do que no Estado. Da mesma forma, as doenças isquêmicas do coração, as doenças hipertensivas e os infartos. O que dizer então das tuberculoses, que em nossa região somam quase o dobro de mortes da média estadual? E da vergonhosa mortalidade infantil, índice que em 2014 ainda era de dois dígitos e o maior do Estado?
Acrescente a esse cenário, o fato de vivermos numa região metropolitana, o que significa, na prática, não ter fronteiras. Por mais que cada um dos nove municípios da Baixada Santista tenham orçamento e regramento próprios, a população se descola. Principalmente para trabalhar. É neste contexto que problemas e demandas exigem soluções que impactam na vida da população de toda a região.
É impossível tratar alguns temas de forma local e isolada. A saúde, em especial, é "direito de todos e dever do Estado", como preconiza o artigo 196 da Constituição Federal. Nosso sistema, como todos sabem, deve garantir "acesso universal e igualitário às ações e serviços".
Encontro nos dados estatísticos argumentos para mostrar como nossa rede de atendimento em saúde ainda é frágil. Não apenas o índice de mortalidade de várias doenças ser maior na Baixada Santista que em outras regiões, nosso índice de leitos SUS é menor que o do Estado. Dados da Fundação Seade apontam que em 2014 havia 0,97 leitos SUS para cada mil habitantes de nossa região. No Estado, esse índice é melhor: 1,37 leitos/mil habitantes.
Sendo Santos o principal polo atrativo da região, principalmente pela oferta de empregos, é natural que a cidade atenda em sua rede de saúde número elevado de moradores dos municípios vizinhos. Consciente desta demanda, a Administração Municipal vem todos os anos investindo para ampliar essa estrutura de serviços.
Um bom exemplo desse esforço está na ação que culmina no renascimento do Hospital dos Estivadores, comprado em 2011 durante o governo João Paulo Tavares Papa e com o aval da Câmara Municipal. Inaugurado em 1970 pelo Sindicato dos Estivadores, o equipamento precisou ser totalmente reformado. Obra que será concluída neste semestre pelo atual prefeito Paulo Alexandre Barbosa, como o novo Complexo Hospitalar dos Estivadores, envolvendo hospital de clínicas e maternidade.
Entre a compra, financiada em 10 anos, e a reforma do equipamento já são cinco anos de esforço e mais de R$ 50 milhões de investimento para que Santos possa ter 223 novos leitos que atenderão não apenas seus munícipes, mas também moradores de toda a Baixada. Isso representa capacidade de realizar 1.300 internações por mês. Um avanço!
Para manter essa nova unidade hospitalar funcionando em sua plenitude serão necessários R$ 10 milhões mensais. Reforço: construir e equipar uma nova unidade hospitalar para atender as necessidades dos moradores da região vai impor à nossa cidade um investimento constante e que não pode ser suprido apenas com o nosso orçamento municipal. É necessário envolver tanto o Estado quanto a União nesse compromisso com o bem-estar dos nossos cidadãos.
Proporcionar esse hospital para a Baixada Santista é uma luta contínua que requer foco e apoio de todos.
Sadao Nakai, vereador (PSDB)