Moradores da Ponta da Praia criticam projeto e pedem plebiscito

Reclamam também da falta de estudo para justificar ações

Moradores da Ponta da Praia criticam projeto e pedem plebiscito

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Apontado como projeto de desenvolvimento turístico, o Programa Nova Ponta da Praia  construirá um novo Centro de Convenções, atraindo mais veículos para o bairro. No entanto, a área de estacionamento será reduzida em 25% - serão eliminadas cerca de 50 vagas. Esse foi o principal motivo das críticas levantadas pelos cerca de 120 moradores que participaram, nesta terça-feira, da audiência pública para discutir os impactos no viário do local.

O encontro aconteceu no Clube Vasco da Gama e reuniu pessoas que reclamaram que a Prefeitura não tomou decisões baseadas em estudos técnicos sérios no projeto. Além disso, moradores e comerciantes do bairro têm a preocupação que a eliminação de recuos para paradas temporárias (carga e descarga) possa impactar a vida deles.

Um dos críticos mais contundentes foi o morador José Frigério, da Rua Henrique Soler: “há vários indícios de aumento de veículos e a disposição em diminuir as vagas. Até agora, nenhum gestor apresentou argumentos técnicos para basear as decisões. As coisas não parecem bem amarradas, com estudos básicos não detalhados, sem contar o Estudo de Impacto de Vizinhança, que foi feito pela própria Prefeitura, interessada nessa obra”.

A audiência pública foi liderada pelo vereador Sadao Nakai (PSDB), que é presidente de duas comissões especiais de vereadores na Câmara Municipal  - uma que discute as alterações em legislações urbanísticas e outra que atua sobre a travessia entre Santos e Guarujá e os impactos dela na viário da Ponta da Praia. Participaram da conversa com os munícipes o gestor do projeto, o arquiteto Glaucus Farinello, a secretária em exercício de Desenvolvimento Urbano, Eliana Mattar, e o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos (Cet/Santos), Rogério Vilani.

Também acompanharam os trabalhos os vereadores Ademir Pestana (PSDB), Adilson Junior (PTB), Audrey Kleys (Prog), Geonísio Pereira Aguiar (PSDB) e o presidente da Casa, Rui De Rosis (MDB). Essa foi a segunda audiência pública promovida pelo Poder Legislativo desde o anúncio oficial da Nova Ponta da Praia - a primeira aconteceu em 19 de fevereiro.

Críticas contundentes
Durante o evento, os moradores que foram ao Clube Vasco da Gama voltaram a reclamar da falta de estudos que justifiquem as ações projetuais do Governo. “Sou totalmente contrário ao projeto, o trânsito vai piorar acentuadamente. Não precisa de nada disso o que foi proposto. Esse é um projeto que só vai beneficiar o grupo empresarial”, diz o munícipe Hygino Santos, morador do bairro.

Ao ouvir do gestor do projeto que a Prefeitura pretende reduzir em 25% a quantidade de vagas de estacionamento no local, Hygino desabafou: “Vocês estão cerceando o direito do morador de ir e vir na Ponta da Praia. Gostaria de saber qual foi o estudo de vagas que vocês fizeram, isso vai prejudicar os pescadores e os próprios turistas. Audiências para explicar isso não existiram. É preciso fazer um plebiscito no bairro para ver quem aprova”.

Para Sadao Nakai, a audiência, que poderia ser uma grande oportunidade de esclarecimento, gerou mais frustrações e dúvidas para os moradores. ”O projeto executivo da intervenção no viário não foi apresentado, sendo mostrados somente os desenhos conceituais que levaram às decisões das mudanças propostas. No trecho 2 em obras, da Rua Carlos de Campos até Rua Ministro Daniel de Carvalho, os moradores e comerciantes discordaram principalmente da retirada de espaços para carga/descarga de mercadorias e parada de embarque/desembarque, que será feita em uma das pistas de rolagem. Este cenário poderá provocar congestionamento”, critica o vereador.

Outra cobrança feita por ele é que a Prefeitura precisa explicar melhor como ficará o trecho entre Canal 7 e o Ferry Boat. “Também ficaram dúvidas sobre o bolsão de fila para travessia e contorno para retorno a outra pista. As respostas para as reclamações de falta de informações técnicas não convenceram”.

Encaminhamentos
Como presidente das duas comissões que fizeram a audiência, Sadao resolveu que vai encaminhar por meio de requerimentos sugestões e pedidos à Administração Municipal. A mais importante delas é a realização de um plebiscito para que a população decida se o projeto deve ser levado adiante.

Além disso, ele pretende pedir o mapa do projeto (de todos os trechos) e o projeto executivo. “A gente precisa entender onde serão os pontos de ônibus, as conversões, os estacionamentos, os locais de parada temporárias para fornecedores de comércios, serviços e clubes”, diz.

Sadao também deseja solicitar todos os estudos feitos pela Prefeitura a respeito do volume de caminhões que acessam o Terminal Público Pesqueiro de Santos (TPPS). Outro pedido será uma auditoria externa do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).

Sadao também quer sugerir como medidas compensatórias do Estudo de Impacto de Vizinhança do Residencial Navegantes a implantação de um sistema de comportas na Rua Afonso Celso de Paula Lima. Essa é uma via onde frequentemente há problemas de enchente. O vereador também pretende sugerir que o empreendedor banque a desapropriação de um trecho da Avenida Governador Fernando Costa para fazer o alinhamento do calçamento.



Assessoria do vereador Sadao Nakai 
(PSDB)
Gustavo T. de Miranda
sadaonakai@camarasantos.sp.gov.br
Telefones: 3219-5126 - 3211-4100 (ramais 4290 / 4291 / 4292)  / 
13-97407-2070

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