Insegurança: caos na segurança pública

Parlamentar discorre sobre situação

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Uma verdadeira guerra entre policiais e bandidos instalou-se no último mês, em todo o Estado de São Paulo. Entre setembro do ano passado e setembro deste ano, por exemplo, o número de assassinatos quase dobrou. Ao todo, 86 policiais militares já foram assassinados em 2012. Aqui na Baixada Santista, infelizmente, não tem sido diferente. Verdadeiras execuções sumárias tem ocorrido aos olhos de quem quiser ver, numa onda de crimes que tem assustado a população.

           

As autoridades insistem em dizer que não há grupos criminosos organizados em nossa região. Por outro lado, as dezenas de fuzilamentos ocorridos, o impedimento de entrar em algumas comunidades, a semelhança entre os crimes e o armamento pesado utilizado comprovam o contrário, deixando claro que o crime organizado chegou sim à Baixada Santista.

           

Hoje, há pouco mais de um mês para o início do verão, uma região potencialmente turística como a Baixada Santista, vive clima de medo, que se instalou em toda a população. O cidadão de bem, o trabalhador comum, apesar de não dever nada, está assustado e teme sair de casa, especialmente durante a noite.

 

As razões obscuras para tantos crimes são, obviamente, o domínio das facções criminosas e do tráfego de drogas por toda a parte, aliados ao baixo efetivo policial e a falta de armamento adequado da polícia para combater, de igual para igual, os criminosos. Tudo isso, gera a insegurança e a sensação de impunidade que estamos sentido na pele.

           

Nossos policiais, que diariamente colocam suas vidas em jogo, encontram-se de mãos atadas. Além de estarem em número insuficiente, não são valorizados, não recebem treinamento adequado, suporte psicológico suficiente, sem falar na baixíssima remuneração.

           

Os policiais atacados em horário de folga, por exemplo, não recebem o apoio necessário. Pelo contrário, perdem seus direitos, como seguro invalidez, auxílio localidade e seguro de vida. O dado é ainda mais preocupante pois, somente este ano, dos 67 policiais assassinados no Estado de São Paulo, apenas três estavam em horário de serviço.

           

A certeza da impunidade e a sensação de insegurança já são tão grandes que, junto à educação, à saúde e à previdência social, a segurança é hoje mais um setor de responsabilidade do poder público que vem sendo privatizado pela população.

           

A segurança do cidadão de bem já não é mais garantida pelas polícias civil e militar. É o retrato de mais um setor público falido, fruto da incapacidade do nosso sistema de segurança pública e de uma estrutura totalmente defasada e deficitária, que pode ser comprovado pelas estatísticas: o Brasil é o segundo país das Américas na proporção entre seguranças privados e policiais: são quase cinco agentes particulares para cada um do Estado.

           

A informação está no Relatório sobre a Segurança Cidadã nas Américas em 2012, lançado pela Organização dos Estados Americanos, em Washington. Segundo o documento, o Brasil tem 4,9 seguranças privados para cada policial, ou seja, a cada seis homens armados, trabalhando para zelar pela vida dos cidadãos, cinco são seguranças particulares.

           

Não há mais espaço para decisões paliativas, para operações “band-aid”, que apenas tapam a ferida como um curativo, mas não tratam a raiz da questão. O Governo do Estado de São Paulo precisa agir de forma dura, estratégica, planejada, investindo na polícia de inteligência, antes que a criminalidade tome conta das ruas de nossas cidades de forma permanente.

 

Marcus de Rosis - vereador  PMDB