Vários órgãos públicos ligados ao Porto e a área de Transportes, sindicatos portuários, empresas, entidades e associações de classe foram convidados pela Câmara de Santos para participar da audiência pública que será realizada nesta quarta-feira (dia 8 de maio), às 14 horas. O objetivo é discutir a viabilidade técnica e operacional do túnel imerso ligando Santos a Guarujá, com base no novo traçado proposto pelo Governo do Estado, a partir da Avenida Siqueira Campos, no Macuco, até  Vicente de Carvalho, no Guarujá.

A previsão é que o túnel a ser iniciado em 2014, tenha 1,8 km, sendo cerca de 700 metros na área sob o Canal do Porto, com custo previsto de R$ 1,4 bilhão.

O pedido de audiência foi formulado pela Comissão Especial de Vereadores (CEV) criada para acompanhar o processo de construção da  ligação seca entre Santos e a área continental de Santos e outros  assuntos de interesse daquela região. A CEV é presidida pelo vereador Benedito Furtado (PSB). Muitas dúvidas existem em torno desse projeto, inclusive em relação às desapropriações que serão necessárias, em função da extensão do túnel. Segundo o gerente de Projetos da Dersa, a região de Outeirinhos seria a mais indicada, enquanto que o lado do Guarujá, o túnel sairia na reta do linhão.

A previsão da Dersa é que o túnel deverá ser concluído em 2016, utilizando um processo construtivo inédito no Brasil, que envolve a submersão de grandes segmentos de concreto. Toda a montagem da estrutura será feita em docas secas ou navios especializados e terá sete elementos com mais de 100 metros de comprimento e 35 metros de largura.

No miolo haverá três células, sendo que as das extremidades se transformarão em pistas para automóveis, ônibus, caminhões e para o futuro Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Pela câmara central circularão pedestres e ciclistas. A escolha desse tipo de construção, segundo o presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, se deve ao solo arenoso da área. Já um túnel convencional escavado precisaria ser construído, no mínimo, 90 metros de profundidade, o que encareceria a obra e exigiria rampas com inclinação inadequada para caminhões.

Segundo notícias já divulgadas, a Dersa teve que buscar assessoria em especialistas internacionais para elaborar o projeto, razão pela qual já veio ao Brasil uma das maiores autoridades no assunto, o holandês Martijn Smitt, cuja empreiteira a Strukton,  é responsável pela maior obra do gênero, em construção na Coréia do Sul, com 8 quilômetros de extensão.

A Holanda, em razão de ter a maior parte do país em território abaixo do nível do mar, é referência no assunto, possuindo mais de 80 túneis submersos. No último dia 11 de abril, na sede da Dersa, foi assinado o contrato com a empresa holandesa Royal Haskoning DHV, responsável pelo desenvolvimento de mais de 50 projetos de túneis imersos ao redor do mundo.

No momento o túnel imerso está no período de desenvolvimento do projeto executivo, a cargo do consórcio Engevix/Planservi/Themag, vencedor da licitação finalizada em maio de 2012. Está sendo feito em fases. Já o projeto funcional vai definir de onde o túnel deve sair e onde vai chegar.

Convidados
Para a audiência pública foram dirigidos convites a Codesp, Conselho de Autoridade Portuária (CAP), Secretaria Estadual de Transportes, Dersa, Secretaria Municipal de Assuntos Portuários, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, sociedades de melhoramentos e associações de bairros, OAB, CET, Secretaria Especial de Portos (Federal), EcoRodovias, Sopesp, Associação Comercial, ABTTC  e Associação Brasileira de Terminais e Recantos Alfandegados e o Comitê Brasileiro de Túneis da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica.

Assessoria do vereador Benedito Furtado
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