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Faltam recursos para adaptação à mudança climática, conclui audiência

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Pioneira em monitoramento e prevenção, Santos precisa de mais recursos e de mobilização para se adaptar às mudanças climáticas. Esse foi o consenso central da audiência pública sobre Desafio Climático e Estratégias para a Sustentabilidade Urbana em Santos, realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) nesta segunda-feira, 13 de outubro.

Os participantes concordaram que o município é vulnerável aos efeitos do clima e que requer planejamento sustentável, além de ação imediata e integrada entre governo, ciência e sociedade, bem como entre educação e prevenção.

Segundo o vereador Chico Nogueira (PT), presidente da CMADS, a Comissão vai elaborar um relatório a ser encaminhado aos governos municipal, estadual e federal, a fim de obter recursos que melhorem a adaptação do município. "Precisamos aproveitar a COP 30 para que a cidade seja ouvida", afirmou, referindo-se à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), que acontece em Manaus no mês de novembro.

Plano de Ação

A arquiteta e urbanista Fernanda Alarcon, chefe da seção de Mudanças Climáticas da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade, detalhou o Plano de Ação Climática de Santos.

O plano começou a ser formulado em 2015, três anos antes do plano nacional, e estabelece metas de enfrentamento dos efeitos da mudança do clima até 2050, em oito eixos de atuação. "Nossos maiores desafios são os alagamentos, as ressacas, os deslizamentos e, com isso, os impactos em nossa infraestrutura", explicou. "As principais áreas de risco são os morros, a Zona Costeira e as áreas urbanas baixas."

O engenheiro Matheus Souza Ruiz, pesquisador da Universidade Santa Cecília (Unisanta), demonstrou os efeitos do aquecimento global no movimento das marés na orla santista. "Os eventos extremos estão se tornando mais intensos, frequentes e longos", alertou. "Em Santos, já registramos ondas e marés que superaram projeções previstas para daqui a 30 anos."

Ele apontou como diferencial de Santos entre os municípios brasileiros a existência de um sistema de previsão de maré que integra os efeitos da meteorologia. "Santos foi pioneira ao criar um plano preventivo contra ressacas e inundações costeiras", disse o especialista. "Hoje, temos um sistema de alerta antecipado que permite agir antes que o desastre aconteça."

O ex-vereador de Santos Evaldo Stanislau, médico infectologista e coordenador da Faculdade de Medicina da Universidade São Judas Tadeu, chamou a atenção para os efeitos do aquecimento global sobre a saúde. "As mudanças climáticas provocam doenças respiratórias, infecciosas e mentais", declarou. "Depois das enchentes, o que vem é leptospirose, dengue, depressão."

Também compuseram a mesa de debates Paulo Ricardo Silveira Domingues, coordenador da Defesa Civil de Santos; Jeffer Castelo Branco, representante da Associação de Combate aos Poluentes e Marcos Bandini, representante do Fórum da Cidadania de Santos. O vereador Benedito Furtado (PSB) participou da audiência.


Assista à íntegra da Audiência.

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