"Esses equipamentos (Aquário e Orquidário), simplesmente vão fechar, não tem mais condições daquilo funcionar do jeito que está, não tem recursos para nada, nem para comprar uma vassoura, absolutamente nada, há quanto tempo venho pedindo, implorando, não dá para trabalhar deste jeito. Tem que ter dinheiro para manter os parques, ou então fecha. Para deixar daquele jeito, fecha".

Com estas palavras, o vereador Benedito Furtado (PSB) definiu a visita realizada no Orquidário, na última quarta-feira (10/05), através da Comissão Permanente do Verde, do Meio Ambiente e do Bem-estar Animal, na qual é presidente e composta pelos vereadores Fabrício Cardoso Oliveira (PSB) e Francisco Nogueira (PT). O discurso foi feito em plenário na noite desta quinta-feira (11/05).

Os vereadores visitaram as instalações do Orquidário Municipal juntamente com o Secretário de Meio Ambiente, Marcos Libório, além da reportagem do jornal Diário do Litoral e do jornal Boqnews. Francisco Nogueira (PT) e Zequinha Teixeira (PSD) foram representados pela assessoria.

No encontro foram discutidos temas como a falta de recursos, segurança e ausência de funcionários. Hoje, o custo de manutenção do Orquidário é de R$ 700 mil ao ano.

Os funcionários do Orquidário, também presentes na vistoria, relataram que um dos maiores problemas vividos no local é a falta de segurança, tendo em vista que, desde 2012, o atual governo retirou os guardas municipais deste equipamento.

De acordo com os trabalhadores, outro fator preocupante é a manutenção do Orquidário. Atualmente, apenas uma servidora faz a limpeza da parte administrativa. Até a varrição, antes realizada por uma empresa terceirizada, é feita pelos funcionários públicos, que estão com múltiplas funções.

Desde 2015, a administração do Aquário, bem como do Orquidário e do Jardim Botânico, está sob responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), antes sob gestão da Secretaria de Turismo.

Ocorre que o orçamento da Semam não aumentou para dar continuidade à manutenção destes parques. Ao contrário, nos últimos três anos, o repasse caiu a níveis alarmantes.

Em 2015, a Prefeitura repassou R$ 26.330.000,00 para a Semam. Em 2016, R$ 23.704.400,64. Neste ano, o orçamento ficou em 20.663.574,83, e a expectativa é que a verba fique abaixo da casa dos R$ 20 milhões para 2018.

Para piorar o cenário, a renda da bilheteria destes equipamentos turísticos automaticamente era encaminhada para um fundo de turismo que angariava o montante para a manutenção destes parques.

Atualmente, os recursos da bilheteria do Aquário e do Orquidário são encaminhados para um caixa único da Prefeitura, impedindo que a quantia arrecadada seja revertida para investimentos nestes equipamentos.

Em função desta situação, Furtado vem batalhando para que o governo municipal encaminhe à Câmara um projeto de lei visando criar um fundo municipal do Orquidário e do Aquário, para onde os recursos oriundos da bilheteria passariam a ser destinados.

O parlamentar também defende um reajuste na bilheteria, que hoje é de R$ 5,00. Esta foi a segunda visita realizada pela Comissão Permanente do Verde, do Meio Ambiente e do Bem-estar Animal. Há duas semanas, o grupo já havia visitado o Aquário. Nos próximos dias, o Jardim Botânico também deve ser inspecionado pelos membros do Legislativo santista.
 

Assessoria parlamentar – Daniel Nakajima
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