Um prefeito para ser lembrado

David Capistrano será homenageado na Câmara

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Foi aprovada por unanimidade a homenagem à David Capistrano da Costa Filho, proposta pelo vereador Chico Nogueira, que lembrou que "além de um um grande trabalho na área da Saúde, o ex-prefeito de Santos foi o único governante da cidade a criar uma Secretaria do Trabalho, por meio da qual foi estabelecido o diálogo inédito entre o poder público e os trabalhadores".

A solenidade ainda não tem data marcada para acontecer, mas a concessão de título póstumo de cidadão santista ao ex-prefeito de Santos foi considerada, por parte dos parlamentares da Casa, como a correção de uma injustiça. Os parlamentares mais experientes, que tiveram a oportunidade de conhecer e conviver com Capistrano, lembraram a forma como o médico sanitarista foi reverenciado, até mesmo por seus adversários políticos. "Ele era um militante na área de Saúde Pública e não se furtava a colaborar com quem tivesse um bom projeto, destinado a melhorar o atendimentos aos brasileiros menos favorecidos”, conta Chico Nogueira.

Sobre David Capistrano

David Capistrano da Costa Filho foi líder estudantil em Pernambuco, onde nasceu em 7/7/48. Estudou medicina na UFRJ, no Rio de Janeiro, para onde se mudou logo após ser solto da prisão que cumpriu por sua atividade política durante a ditadura. Começou sua carreira como pediatra, mas logo se dedicou à organização da saúde pública. Destacou-se nacionalmente pela sua maneira de pensar a saúde pública e a sua importância se dá principalmente pela sua participação na criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Preocupado com a humanização da assistência, criou a primeira Casa de Parto e apoiou a reforma psiquiátrica brasileira após as denúncias de maus tratos nos hospitais psiquiátricos, então as principais instituições de tratamento dos portadores de transtornos mentais. 

Como prefeito de Santos, criou uma rede de policlínicas, liderou o processo de municipalização da Saúde, implantou de forma precursora a distribuição do coquetel de medicamentos anti-aids, de preservativos e de seringas descartáveis para usuários de drogas, medida que hoje faz parte da política nacional de redução de danos aos dependentes químicos, conseguiu zerar os indicadores de cárie nas crianças de cinco anos, fez de Santos o primeiro município a criar registro de casos de câncer, para traçar uma estratégia de prevenção e enfrentamento à doença, fechou a Casa de Saúde Anchieta, decretando o fim das celas fortes e do eletrochoque, desmontando uma estrutura asilar desumana para o tratamento em saúde mental e, montou aqui, na nossa cidade, o sistema pioneiro de atendimento médico-domiciliar, entre outras iniciativas que transformaram a cidade de Santos em referência nacional e internacional na área da Saúde.

Capistrano morreu em 10/11/2000 por falência múltipla de órgãos, após uma cirurgia de transplante de fígado.


Gisela Kodja
Assessoria de Imprensa
contato: (13) 99637.1010

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