Retinopatia para recém-nascidos

Fabrício solicitou atendimento para situação de risco

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Com o objetivo de evitar casos de cegueira infantil por retinopatia da prematuridade em Santos, o vereador Fabrício Cardoso (PSB) solicitou à Secretaria Municipal de Saúde que estabeleça um protocolo de atendimento aos recém-nascidos em situação de risco nas dependências dos hospitais Maternidade Silvério Fontes e Estivadores.

Segundo dados da Organização mundial de saúde - OMS, a crescente sobrevida alcançada em recém-nascidos prematuros tornou a retinopatia da prematuridade uma das maiores causas de cegueira infantil em todo o mundo. Tal perspectiva se torna ainda mais preocupante pela falta de acesso à especialistas e tratamentos ainda durante a permanência do bebê em UTI neonatal.

Na Região, de acordo com o oftalmologista Dr. Bruno de Luca Oliveira, que auxiliou o vereador na elaboração do projeto, recentemente, três bebês ficaram cegos, vítimas de retinopatia da prematuridade. “Entre o final de 2016 e a presente data, chegaram ao meu ambulatório na Casa da Visão três casos preocupantes já em fase tardia da doença, com poucas opções de tratamento. O mais recente foi avaliado na rede municipal de saúde e, através de contatos pessoais, consegui um atendimento de urgência na FUABC. Infelizmente, apesar dos esforços e da indicação cirúrgica, a doença já estava estabelecida, e o prognóstico, assim como nos outros dois casos é muito preocupante”, destacou o oftalmologista.

Especialistas afirmam que, por muitas vezes, quando o tratamento é realizado a tempo é possível prevenir a cegueira e todas as suas consequências por meio de um procedimento que deve ser efetuado invariavelmente dentro da UTI neonatal. Isso porque quando o recém-nascido recebe alta, a retina está frequentemente destruída e os tratamentos posteriores já não são mais eficientes.

“Tragédias como essas podem ser evitadas por meio de baixos investimentos que, inclusive, podem fazer de Santos um exemplo a ser seguido por outros municípios. Juntamente com o Dr. Bruno, levei à questão ao secretário municipal de saúde, Fábio Ferraz, para que o serviço seja implantado com a urgência que o caso demanda e acredito que a Administração Municipal não ficará inerte diante dessa situação”, afirmou Fabrício, que esteve em reunião com o secretário de saúde nesta terça-feira (03/07).

Sobre fatores de risco

Durante gestação, a retina, que é a área sensível à luz e responsável pela formação das imagens em nossos olhos permanece avascular, ou seja, sem vasos sanguíneos. Essa vascularização acontece entre a 32º e a 40º semana (por volta do oitavo mês) de gravidez e é responsável por preparar o olho do recém-nascido para o oxigênio, com o qual terá contato ao nascer. Quando o nascimento ocorre antes da 32º semana, o oxigênio presente no ar e nos procedimentos necessários à sobrevida do recém-nascido estimulam (juntamente com outros fatores) a proliferação desorganizada desses vasos, que podem sangrar e causar fibroses e até o descolamento da retina. Como esses fatores estão presentes em todo o organismo, na maior parte das vezes, o acometimento é bilateral, causando, a destruição da retina e a consequente cegueira nos dois olhos. Outros fatores de risco, como o peso ao nascimento (< 1500g) a idade gestacional (mais grave quanto mais prematuro), o tempo de oxigenoterapia, principalmente se administrada por tubo orotraqueal (respirador) e a presença de outras comorbidades, como alterações do coração, infecções graves e malformações aumentam ainda mais o risco de desenvolvimento e a gravidade da doença.

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