Câmara de Santos cobra estado por disponibilização de máquina de aférese

Requerimentos (8044/2019) foram encaminhados ao DRS IV no ano passado. Até agora, a situação não foi esclarecida

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Requerimentos (8044/2019) foram encaminhados ao DRS IV no ano passado. Até agora, a situação não foi esclarecida



A não disponibilização de uma máquina de aférese para doadores no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, por meio da Colsan – Associação Beneficente de Coleta de Sangue, é tema de Requerimentos apresentados na Câmara Municipal de Santos. O equipamento pode contribuir com o tratamento de pacientes que necessitam de grande quantidade de bolsas de plaquetas por dia. Feito através da máquina, o procedimento permite a retirada apenas do componente desejado do sangue do doador. No caso das plaquetas, a disponibilidade perene de bolsas é fundamental para o tratamento de pacientes oncológicos.

Para isso, o uso da máquina de aférese que separa as plaquetas e hemácias do sangue, armazenando-as numa bolsa, pelos doadores aptos é imprescindível. Esse tipo de doação permite uma vantagem de coletar, de um único doador, até duas bolsas de plaquetas, suficientes para transfusão em uma pessoa de até 20kg (é necessário 1 bolsa (unidade) de plaquetas para cada 10kg de peso). Pela doação convencional, são necessários, em média, 8-10 doadores para obter as mesmas duas bolsas de plaquetas.

No ano passado, após ser marcado em uma publicação da coordenadora do Grupo Pró Medula em Santos, Adriana Rodrigues, sobre a importância dessa possibilidade de doação, o vereador Fabrício Cardoso esteve em uma reunião com a mesma e, como desdobramento, questionou o Departamento Regional de Saúde (DRS IV) via Requerimentos (8044/2019)  apresentados na Câmara Municipal de Santos, sobre a não disponibilização do equipamento para o procedimento. Até o momento, o parlamentar não recebeu retorno quanto à solicitação encaminhada. “Nesta semana, uma paciente internada no HGA relatou que as bolsas encaminhadas à São Paulo para separação dos hemocomponentes não estariam retornando à Santos. Essa situação precisa ser esclarecida, pois, de acordo com uma resposta encaminhada à imprensa pela Secretaria Estadual de Saúde, o Hospital mantém a máquina de aférese, mas é utilizada somente para fins terapêuticos e não para doação/transfusional. A população precisa saber o porquê que o hemonúcleo não oferece o uso da máquina para doadores”.

De acordo com Adriana, nos dias atuais, raramente um paciente recebe uma bolsa de sangue total, coletada durante a doação convencional. “As bolsas são submetidas a um processo de separação dos hemocomponentes, ou seja, de cada bolsa de sangue total, pode-se fazer até quatro bolsinhas de hemocomponentes distintos. Pacientes oncológicos normalmente precisam, e muito, de plaquetas e hemácias, porque a quimioterapia compromete a nossa fábrica de sangue, chamada medula óssea”.

Outro ponto a ser esclarecido é o transporte das bolsas de sangue coletadas nas dependências do hemonúcleo, para São Paulo, para que seja feito o procedimento de separação dos hemocomponentes. Segundo Adriana, esse procedimento já foi feito no hemonúcleo até alguns anos atrás, quando foi adotado o procedimento de envio via carro, as bolsas para outra cidade. “Até onde apuramos, os bancos da Santa Casa e o Hemosantos fazem o procedimento de separação dos componentes em suas próprias dependências”.

O parlamentar informou que já solicitou uma reunião com o DRS IV para tratar o tema e está aguardando a confirmação da data pelo departamento. Para ele, os equipamentos hospitalares de saúde precisam receber mais investimentos, principalmente nas unidades que são referências de saúde na região, como é o caso do HGA. “No local há profissionais extremamente dedicados e os mesmos necessitam de uma estrutura adequada para tratar os nossos pacientes. Especialmente o Hospital Guilherme Álvaro, que mantém um hemonúcleo gerido de forma terceirizada pela Colsan e, justamente por ser polo e referência regional, sustenta a demanda de hemocomponentes de todos os hospitais públicos da região. Por isso, vou continuar cobrando os órgãos estaduais para que dediquem atenção especial, de modo que o hospital possa ser aparelhado com a máquina de coleta por aférese para doação/transfusional, podendo assim, oferecer o serviço de doação de hemocomponentes por aférese, o que beneficiaria diretamente aqueles que precisam de transfusão para sobreviver”.

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