“O que deveria ser uma grande festa, uma final de Campeonato Paulista alvinegra tornou-se um cenário de guerra civil.” A manifestação é do vereador Murilo Barletta (PR), que o ocupou a tribuna da Câmara durante a sessão de segunda-feira (dia 20 de maio) para externar o seu inconformismo com a ação truculenta promovida pela Polícia Militar antes do início da partida entre Santos e Corinthians, no último domingo (19).

“A atitude de alguns policiais militares, que, provavelmente, desceram a serra para reforçar o efetivo e garantir o conforto das pessoas e não conhecem a nossa região, foi, no meu entender, irresponsável, desnecessária, provocando um tumulto generalizado, numa área em que além de torcedores estavam senhoras, senhores, jovens, crianças, famílias inteiras se divertindo. Uma ação lamentável”, complementou o parlamentar.

Segundo ele, é possível observar nos vídeos veiculados na internet que só havia torcedores do Santos naquela área. “Talvez estivessem com uma bandeira do Corinthians, fazendo alguma manifestação, o que é do futebol. Mas não existia risco a ninguém. Os PMs simplesmente se meteram no meio de todo mundo e tentaram tomar a bandeira à força. Logo após, lançaram bombas de gás e a confusão estava estabelecida. Correria, muita gente se machucando. Nada parecido com uma final de campeonato, em que deveria prevalecer apenas a paixão pelo esporte.”

Já no final do jogo, emendou o vereador, “no meio da torcida corintiana, que até então havia se comportado, vários sinalizadores foram acessos. É proibido ingressar ao estádio com esses objetos. A PM proibiu até bola de gás e apito para a torcida santista em alguns jogos. Já houve aquele incidente na Bolívia, envolvendo sinalizadores, e as consequências todos nós conhecemos. A PM teria que ter ido até a torcida visitante, apreendido os sinalizadores e detido os irresponsáveis”.

Barletta afirmou que procurou um amigo delegado para saber se havia Boletim de Ocorrência registrado em algum distrito da cidade, pessoas (responsáveis pelos sinalizadores) retidas ou mesmo sinalizadores apreendidos. “Nada. Assim não é possível. Já houve morte em situação semelhante. Já aconteceram brigas. E se a PM não tiver a responsabilidade de atuar com bom senso, apaziguando e punindo quando tem que punir, nós vamos acabar presenciando tragédias nos nossos estádios novamente.”

Indignado, o parlamentar questionou: “quem foi o responsável pela revista das torcidas? Por que não foram retirados e detidos os indivíduos que portavam sinalizadores? Quem adentrou à Vila (Belmiro) com esses objetos poderia ter entrado com aqueles do tipo que foram utilizados na Bolívia”, finalizou Barletta prometendo recorrer a outras instâncias e até ao governador Geraldo Alckmin, a fim de que se tome providências quanto a esses policiais que atuaram no último domingo, que, na sua visão, atrapalharam o espetáculo.

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