A epilepsia é uma condição neurológica grave que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), acomete cerca de 1,9 milhão de brasileiros. Não há aparelhos ou exames que acusem concretamente a doença, por isso o seu diagnóstico pode surgir essencialmente da história relatada por quem presencia uma pessoa tendo crise. Nesse sentido, projeto apresentado pelo vereador Murilo Barletta (PR) quer capacitar servidores que prestam atendimento direto à população para lidar com situações desse gênero.

“Os episódios de convulsão podem durar de 5 a 30 minutos, sendo que os que demoram mais tempo sem que a pessoa recupere a sua consciência são perigosos, podendo até prejudicar as funções cerebrais. Os indivíduos que presenciam essas ocorrências tornam-se testemunhas oculares úteis no fornecimento de informações importantes sobre a crise, facilitando a investigação do tipo de epilepsia e, consequentemente, da busca pelo tratamento clínico adequado”, justificou o parlamentar.

Segundo especialistas no assunto, epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Em crises, a pessoa apresenta-se ‘desligada’ por instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida.

“Figurativamente, o que acontece é um ‘curto-circuito’. A pessoa tem seus músculos enrijecidos, cai, saliva em excesso e se debate. Daí a importância da qualificação dos nossos profissionais, não apenas os da saúde, mas todos aqueles que estão em constante contato com um grande número de pessoas, como professores, inspetores de alunos, guardas municipais, agentes de trânsito, a fim de que eles estejam preparados para lidar com essa situação e repassar os dados essenciais para os médicos”, argumentou Barletta.

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