Em audiência pública realizada na terça-feira (dia 14 de maio) foi definida a instalação de uma comissão que decidirá a utilização dos espaços disponíveis para pátios de caminhões. Fazem parte da Comissão a Secretaria Municipal de Assuntos Portuários (SEPORT), o Conselho de Autoridade Portuária (CAP), a Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), a Comissão Permanente de Assuntos Portuários e Marítimos da Câmara, o Ministério Público e as instituições que representam os caminhoneiros da região. A proposta do presidente da Comissão Permanente de Assuntos Portuários e Marítimos, Sandoval Soares (PSDB), visa dar continuidade às discussões e buscar soluções.

Segundo a SEPORT, a questão do estacionamento de caminhões pode ser dividida em três partes: regulador, estacionamentos rotativos e estacionamentos para guarda de caminhões. A principal reivindicação dos caminhoneiros da cidade é um local estruturado para guardarem os caminhões. O presidente da Associação dos Caminhoneiros do Estado de São Paulo, Heraldo Gomes, afirmou que o futuro pátio da Alemoa, divulgado pela imprensa durante sessão da área pelo SPU, não atenderá este anseio. “O caminhoneiro quer local adequado para guardar seu caminhão. O que vão fazer no retão da Alemoa é um golpe contra o caminhoneiro da região”, afirmou.

O presidente da Cooperativa de Transportes e Logística de Santos, Carlos Magalhães, lembrou que as filas e a falta de estacionamentos causam problemas aos moradores da Ponta da Praia, Macuco e Zona Noroeste. Já em relação ao pátio de estacionamento existente as queixas são relacionadas à falta de estrutura. Alexsandro, do SINDICAM, afirma que as condições são péssimas e a CODESP não resolve os problemas. “Neste pátio só cabem 150 (caminhões) e a gente não pode fazer nenhuma melhoria. Vivemos no meio da lama”, contou. Queixas relacionadas a multas e perda de carteira também compuseram a pauta de argumentos dos caminhoneiros.

Para o coordenador de Desenvolvimento Portuário e Retroportuário, Antônio de Freitas Ferreira, representante da Secretaria Municipal de Assuntos Portuários, é necessário a parceria com o Porto e a autoridade portuária para solucionar a questão. Segundo o presidente do CAP, Bechara Abdala, o número de vagas nos pátios reguladores não é suficiente. Ele defende a criação de outros. “Hoje 50% atividade dos pátios existentes está ocupada com outra atividade que não é estacionamento”.

O representante da CODESP, o ex-deputado Fausto Figueira, acredita que a construção de grandes estacionamentos significa o não funcionamento da logística. “É necessário mudar o modal dos grãos para ferroviário. Não existe necessidade de construção de grandes estacionamentos”, explicou.

O promotor do Ministério Público Dr. Dauri de Paula Júnior lembrou a existência de três inquéritos solicitando que a CODESP indique áreas para estacionamento de caminhões. Segundo o promotor, em relação ao problema das filas, as empresas terão que se integrar ao sistema. “Se não se integrarem serão penalizadas, porque causam dano à ordem urbanística”, explicou.

A Comissão Permanente agendará os próximos encontros e pediu a participação de todos. O vice-presidente, Zequinha Teixeira, afirmou que os vereadores estão à disposição. “A comissão está aberta a contribuições que visem a melhoria do Porto”.

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