Quais razões técnicas sustentam o abandono da área da antiga linha férrea no projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), levando o traçado para o centro da avenida Francisco Glicério? O questionamento abre um requerimento de informações apresentado pelo vereador Evaldo Stanislau (PT), cobrando as explicações da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), estatal do Governo Estadual responsável pela obra. No documento, o líder da bancada do PT também indaga o valor do desperdício financeiro gerado por esta alteração.
"Não seria mais óbvio aproveitar a área da antiga linha que, inclusive, dispõe de espaço para as estações de embarque/desembarque, além de evitar o zigue zague do VLT, entrando e saindo do canteiro central da Francisco Glicério?", perguntou Evaldo. Na justificativa, o parlamentar ressalta que o traçado parece ter sido definido sob encomenda para preservar o patrimônio de um grande grupo empresarial da cidade.
A opinião do parlamentar é compartilhada por uma série de cidadãos que vem se manifestando por meio das redes sociais:
“Ratifico meu protesto contra a mudança do traçado original e contra a absurda intenção de passar o VLT pelo canteiro central da Francisco Glicério. Vamos acompanhar, pois se permitirmos, vão fazer à revelia da opinião pública e depois dizer que ninguém se manifestou”, afirma Rubem Silva.
"Decidem mudanças que beneficiam os interesses de poderosos, que jamais usarão o VLT, enquanto o povo que será o usuário serve somente para votar e pagar impostos", dispara Angélica Assis.
Para o engenheiro Hilton Hills, “quando se trata de outros interesses, a lógica e a técnica são jogadas no lixo, mas quem sabe existe algum outro motivo que nossa 'pequena' lógica desconhece”.
“Parece que quem dá o tom atualmente em Santos é esse grande grupo empresarial e as construtoras”, acrescenta Celina Oliveira.
“Essa mudança que beneficia um grupo privado em detrimento do patrimônio público já vinha se desenhando há alguns anos. Desde a mudança da ciclovia da Francisco Glicério, que passou do canteiro central para a área da antiga linha férrea”, recorda o vereador Evaldo Stanislau. Antes a ciclovia na 'Glicério' se estendia totalmente no canteiro central. Depois, foi mudada para o espaço da antiga linha férrea, exatamente a partir do cruzamento com a Avenida Ana Costa, onde está o imóvel privado a ser 'preservado'.
Novela antiga
A novela da implantação do VLT se arrasta desde 1997, quando o antigo Trem Intrametropolitano (TIM) foi desativado pelo então governador Mario Covas, com a promessa de que seria substituído por um sistema mais moderno e eficiente. Desde aquela época, o VLT foi pauta de promessas de diversas campanhas eleitorais até que as obras efetivamente começassem há pouco mais de um mês, sendo paralisadas por determinação judicial em função de desvios no projeto aprovado pelos órgãos de controle.
Assessoria do vereador Evaldo Stanislau
Reginaldo Pacheco ou Lane Valiengo
(13) 3219-1890