Mercado de Trabalho precisa de mais diversidade étnica-racial

"Temos que refletir sobre o racismo estrutural, as pessoas nem percebem, mas ele existe"

Evento ocorreu no dia 26 de junho

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Foto: ELC Santos

O segundo encontro virtual da série Diálogos On Line da Escola do Legislativo e da Cidadania de Santos, na última sexta-feira, 26 de junho, teve como convidados, o coordenador municipal da Promoção da Igualdade Racial e Étnica (COPIRE), Jorge Fernandes, e o Prof. Djalma Moraes, psicólogo e diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) na Baixada Santista. A mediação foi realizada pela coordenadora da Escola, a jornalista e psicopedagoga, Vanessa Campos Ratton que apresentou dados de pesquisa do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, publicados no jornal Folha de São Paulo e na Época Negócios, que mostram que há diferença salarial nas empresas entre trabalhadores negros e brancos chega a 70%. E quando os mesmos têm nível superior ainda há diferença entre 33%, no mesmo cargo. Segundo o Relatório Anual da Natura, a única empresa brasileira que integra o grupo das 100 empresas com mais diversidade do mundo, mostrou que apenas 1% dos cargos de liderança eram exercidos por profissionais negros e que conseguiram ampliar para 6%, já nos cargos de Diretoria, mudaram de 0 para 2%.

O coordenador do COPIRE, Jorge Fernando falou da trabalho realizado pela Coordenadoria disse que a maior dificuldade é no processo de seleção das empresas, e frisou o trabalho que realizou, junto com o legislativo para promover ações de empoderamento através do afro-empreendedorismo, uma necessidade uma vez que 52% dos empreendedores por necessidade são encabeçados por negros.  Ele afirmou que o Vereador Chico Nogueira (PT) apresentou o Projeto e, na época, ele atuava também como vereador e apresentou Requerimento com o mesmo teor, e o projeto, hoje, hoje está sendo implantado.
Fernandes ressaltou a necessidade do estudo para a população negra e um trabalho dentro das próprias empresas para criarem oportunidades de acesso ao mercado de trabalho com este olhar mais inclusivo e de promoção da diversidade. Ele lembrou que durante muitos tempos as empresas focaram na inclusão das pessoas com deficiência, em função da exigência da lei, e esqueceram de fazer um diagnóstico sobre a questão racial, principalmente em cargos de liderança.

O diretor da ABRH- Baixada Santista, prof. Djalma Dutra falou sobre a necessidade de se promover essa igualdade em debates abertos como o da Escola do Legislativo, com propostas afirmativas, temos que refletir sobre o racismo estrutural, as pessoas nem percebem, mas acabam escolhendo trabalhadores brancos por indicação ou por não terem diversidade racial e étnica nas Diretorias. E seria muito interessante a ABRH junto com a COPIRE e o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e de Promoção da Igualdade Racial formularem propostas afirmativas.

A coordenadora da Escola, propôs o desafio de criarem propostas que servisse como uma orientação para as empresas e que, através da Associação fosse entregue a todos os setores de RH.

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