Nem o eterno camisa 10 do Santos e da Seleção Brasileira recebeu marcação tão forte e incansável como a do vereador Douglas Gonçalves na AMA Brasil, responsável pela captação de recursos e execução das obras do Museu Pelé, que fica no Centro Histórico. O representante do Legislativo questionou, por várias vezes, os diretores da empresa sobre o prazo de entrega do equipamento, número de funcionários, valores arrecadados e os patrocinadores da restauração do Casarão do Valongo, que abrigará o acervo do Rei do Futebol.

“Depois de ser barrado onde há dinheiro público, em outra visita constatei que tínhamos problemas sérios a serem resolvidos. Questionei diretamente os diretores da AMA e eles pediram que eu fizesse perguntas ao Executivo, que recebe todas as informações sobre o Museu Pelé”, explicou Douglas Gonçalves, que imediatamente levou a situação ao plenário. A resposta oficial chegou esta semana e foi assinada pelo arquiteto Ney Caldatto Barbosa, funcionário do Executivo.

“Estou estarrecido e preocupado com o que me foi apresentado”, resumiu Douglas ao saber que já foram arrecadados pela AMA Brasil mais de R$ 22 milhões (R$ 22.269.257,16). “No documento que recebi são 22 empresas e os valores somados por mim chegaram a quase 23 milhões e 500 mil reais (R$ 23.468.917,46)”, declarou. “Existe uma diferença de 1 milhão e 198 mil reais entre o valor divulgado e o arrecadado. Não posso me calar e preciso mostrar à população santista e ao próprio Pelé onde foi parar este dinheiro”, disparou Gonçalves.

Além disso o vereador Douglas Gonçalves constatou que duas empresas não estão na lista de patrocinadores do Museu Pelé. “Não vejo os nomes da Libra Terminais e do Grupo Mendes”, revelou o líder do DEM. “Conversei com o empresário Armênio Mendes, por telefone, que me disse ter doado à AMA Brasil R$ 500 mil. Nos tapumes que cercam o local das obras as empresas citadas aparecem como copatrocinadoras e na resposta oficial da Prefeitura nem são citadas. Onde está a transparência nisso tudo? O Rei do Futebol e o cidadão santista não merecem tamanho descaso”, declarou.

Outro detalhe que intriga Douglas Gonçalves é o número de funcionários trabalhando nas obras do Museu Pelé. Em 2012 foram 72 pessoas e atualmente são apenas 23. “Fui informado que o prazo para a entrega da obra depende da captação de mais 30% dos recursos que inicialmente seriam necessários para a conclusão dos serviços. Pelo que apurei, o Museu Pelé deveria ser entregue em dezembro do ano passado e a previsão para gastos era de R$ 20 milhões. Tem muita coisa errada e a falta de transparência é uma delas”, fechou Douglas Gonçalves, que voltou a questionar o Executivo em plenário para tentar acabar com estas dúvidas.

O projeto Museu Pelé começou em 2010, na administração anterior, e se arrasta há 3 anos.

Relação de empresas que patrocinam o Museu Pelé, segundo a Prefeitura
Ultrafértil S.A – R$ 800.000,00
MRS Logística – R$ 650.000,00
BNDES – R$ 9.708.967,46
Arosuco Aromas e Sucos Ltda. - R$ 74.250,00
Gerdau Aços Longos S.A. - R$ 335.000,00
Aços Villares S.A. - R$ 115.000,00
MRS Logística BNDES – R$ 700.000,00
Teaçu Armazéns Gerais S/A – R$ 49.000,00
Rumo Logística S.A. - R$ 326.000,00
Aymoré Crédito, Financ. E Invest. S.A. - R$ 3.000.000,00
Frioterm da Amazônia Indústria e Comércio Ltda. - R$ 10.000,00
Cosan Operadora Portuária S.A. - R$ 300.000,00
Vale S.A. - R$ 2.000.000,00
Companhia Docas do Estado de São Paulo – R$ 800.000,00
Sabesp – R$ 450.000,00
Londrina Bebidas Ltda. - R$ 500.000,00
Rumo Logística Operadora Multimodal S/A – R$ 300.000,00
Santos Brasil Participações S.A. - R$ 200.000,00
Sherwin-Williams do Brasil Ltda. - R$ 350.000,00
Santander Leasing S.A. - R$ 2.000.000,00
AmBev Brasil Bebidas S.A. - R$ 500.000,00
Concessionárias Ecovias dos Imigrantes S.A. - R$ 300.000,00

Assessoria de Comunicação de vereador Douglas Gonçalves
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