Junção de favelas de Santos e SV: vereador acionará MP

Fotos mostram que a distância entre as margens não chega a dez metros

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Orientado pelo atual secretário de Meio Ambiente de Santos, Luciano Cascione, e pelo ex-secretário da pasta, Fábio Alexandre Nunes, o Fabião, o vereador Murilo Barletta (PR) encaminhará ao Ministério Público Estadual documentação com fotos de áreas de favelas de Santos (Caminho da Capela) e São Vicente (Dique Sambaiatuba) que estão próximas de se unificar, diante dos avanços das ocupações sobre o mangue. Segundo o parlamentar há áreas em que a distância entre as margens não chega a dez metros.

“Ou seja, é um esforço que não depende apenas da Prefeitura de Santos, mas de ações enérgicas também por parte dos gestores de São Vicente. O mangue está sendo ocupado e o desastre ambiental é incalculável. Urge a necessidade de uma força-tarefa, inclusive envolvendo a Polícia Militar e equipes da Defesa Civil, a fim de congelar essas invasões, mapear as áreas, viabilizar soluções de reacomodação do pessoal que mora nessas condições e reurbanizar ecologicamente esses locais”, enfatizou Barletta.

Esse assunto suscitou amplo debate na sessão de segunda-feira (dia 11 de março) na Câmara de Santos, ocasião em que vários vereadores convergiram para o problema da falta de contenção de invasões.

“Hoje, não existe congelamento. O que existe é uma indústria do barraco: as pessoas são sorteadas para apartamentos de conjuntos habitacionais, vão para esse condomínio, mas alugam o barraco onde moravam. Ou seja, o barraco não é demolido e como o processo de reurbanização é moroso, essa moradia é reocupada em definitivo”, alertou Barletta, que integra a Comissão de Obras, Habitação Social, Serviços Públicos e Transportes da Câmara.

Ainda conforme o parlamentar, “enquanto não houver a ação de uma força-tarefa, com pulso forte, que fiscalize e não tenha medo das pressões existentes nessas áreas de risco – que são muito grandes –, estaremos enxugando gelo. Nós observamos ao longo dos últimos anos a ampliação dos programas habitacionais, com a construção de moradias pelas esferas de governo ou associações de moradores, mas as favelas não diminuem”.

Barletta mencionou que no último sábado (dia 9), quando da primeira reunião do projeto Viva o Bairro, da Prefeitura de Santos, no São Manoel, um rapaz se apresentou corajosamente às autoridades, tomou a palavra e disse que iria contrariar várias pessoas e interesses, ainda que olhassem feio para ele, mas que via como um dos grandes problemas do seu bairro o avanço dos aterros e da ocupação irregular do canal. “Não dá mais para tolerar essa complacência. Do jeito que está não dá mais. A ação deve ser urgente”, finalizou o vereador.


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