Combate às drogas: tema é debatido na Câmara

Evento destacou internação compulsória e liberdades fundamentais

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Promover uma ampla discussão sobre a política municipal de combate às drogas e de atendimento dos usuários. Com este objetivo o vereador Evaldo Stanislau (PT) realizou na segunda-feira (dia 11 de março) o debate \'Internação compulsória e liberdades fundamentais\', primeiro evento de um ciclo de reflexões sobre o tema. Dezenas de pessoas participaram do lançamento da série de debates, que aconteceu no auditório da Câmara de Santos.

"Queremos trabalhar firmemente para evitar que Santos recorra à internação compulsória como caminho para o tratamento dos dependentes químicos. Esta é uma medida de exceção, que só deve ser usada quando o atendimento ambulatorial falhar", enfatizou o parlamentar. Por isso, a próxima
discussão será exatamente sobre a estrutura do atendimento ambulatorial disponível na cidade. Além disso, o vereador irá visitar estas unidades, a exemplo do que já fez nos prontos-socorros.

Na sequência, serão discutidas a assistência hospitalar e o combate às doenças infecciosas entre os usuários de entorpecentes. "Quando a internação é inevitável, qual a qualidade das instituições que recebem estas pessoas? Há vagas em número suficiente? E com relação às doenças infecciosas, o que vem sendo feito como política de redução de danos?", questionou o vereador, ressaltando que Santos já teve ações pioneiras nestes segmentos.

Pandemia
O uso do crack já é uma epidemia entre a população e caminha a passos largos pra ser tornar uma pandemia. O desabafo foi feito pela psiquiatra Tânia Gaio, ressaltando que três em cada dez crianças internadas em UTIs Neonatais (para recém-nascidos) são filhas de usuários de crack. "Não
raramente, morrem. Muitas apresentam sequelas que vão comprometer permanentemente a qualidade de vida", afirmou.

Com a experiência de quem atua há décadas no resgate de crianças e adolescentes em situação de risco, Maria Izabel Calil Stamato, coordenadora do curso de Psicologia da UniSantos, defendeu a contratação de mais profissionais e capacitação para quem atua no setor. "Não adianta judicializar problemas sociais. As famílias necessitam de apoio. Partir para a internação compulsória sem esta rede de atenção é apenas tirar o problema das ruas, do alcance dos olhos da população", afirmou
taxativamente.

Para o coordenador do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado, Carlos Weiss, é fundamental avançar na prática dos consultórios de rua, onde médicos, enfermeiros e assistentes sociais vão ao encontro dos dependentes químicos. A prática vem sendo aplicada, com resultados positivos, pela Prefeitura de São Bernardo do Campo. Weiss também ressaltou que a Defensoria vem atuando para ampliar a estrutura de apoio às famílias e aos usuários.


Assessoria do vereador Evaldo Stanislau
Lane Valiengo e Reginaldo Pacheco
 (13) 3219-1890