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Audiência pública discute desafios da cultura periférica em Santos

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"Quebrada em cena: os desafios da cultura periférica" foi o tema da audiência pública realizada nesta segunda-feira, 11 de agosto, no Auditório Vereadora Zeny de Sá Goulart da Câmara de Santos. O encontro teve por objetivo mostrar manifestações culturais das regiões periféricas do município e debater as dificuldades enfrentadas pelos artistas e produtores culturais dessas áreas.

A discussão destacou a necessidade de maior investimento, reconhecimento e proteção policial para as manifestações artísticas das periferias. Entre os principais pontos levantados, estão a falta de acesso a editais e financiamentos, a precariedade de infraestrutura para eventos e a repressão policial contra manifestações como batalhas de rima e bailes funk.

"Estamos falando de produções que na maioria das vezes não contam com apoio do poder público nem do setor privado", disse a vereadora Débora Camilo (PSOL), que propôs e conduziu a audiência.

Os participantes apresentaram um documento com 50 assinaturas de diferentes coletivos, pedindo pontos de energia e banheiros públicos para os locais onde ocorrem as batalhas de rima, além de equipamentos de som e palco que, segundo relatos, estão inutilizados nos depósitos da Prefeitura.

Outras propostas incluíram:

  • A criação de uma cadeira de hip hop no Conselho de Cultura de Santos, para que o movimento tenha representatividade nas decisões sobre políticas culturais.
  • A criação de uma Secretaria Adjunta de Cultura Periférica para lidar diretamente com as demandas do setor.
  • A criação de uma lei específica de fomento ao hip hop, semelhante a outras legislações existentes para o teatro e o audiovisual.

Repressão

Representando a Secretaria Municipal de Cultura, o assessor Paulo Henrique Montenegro reconheceu as dificuldades e a importância dos movimentos, assumindo o compromisso de criar um grupo de diálogo com os líderes das batalhas de rima para fortalecer as ações e projetos.

A ausência da Secretaria de Segurança Pública foi duramente criticada. A falta de diálogo entre as secretarias foi apontada como a causa para a repressão policial em eventos culturais, mesmo com a aprovação de leis recentes que protegem a atividade dos artistas de rua.

A vereadora Débora Camilo prometeu enviar requerimento para obter respostas da Secretaria de Segurança e sugeriu a criação de uma comissão com representantes dos movimentos, das secretarias de Cultura e de Segurança, além do Conselho de Cultura e do próprio mandato.

O encontro terminou com um chamado à união e à participação ativa da sociedade civil nos espaços deliberativos, como o Conselho de Cultura, para garantir que as demandas das periferias sejam ouvidas e atendidas de forma consistente.

O DJ e MC Svit, o presidente do Conselho Municipal de Cultura Caio Martinez e a advogada popular e pesquisadora da Unifesp Adriany Eizo também compuseram a mesa da audiência.

 

Assista à íntegra da Audiência.

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