Atenção ao lúpus necessita de detecção precoce, conclui vereadora em audiência

Descoberta com antecedência, tratamento pode ser mais eficaz

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 Uma das principais conclusões da audiência pública promovida pela vereadora Telma de Souza (PT) nesta quarta-feira (10), em alusão ao Dia Municipal de Conscientização e Atenção aos Portadores do Lúpus, é a necessidade de ampliação dos serviços especializados para a detecção precoce da doença. Quanto mais cedo se identifica a doença, mais eficaz pode ser o tratamento dos sintomas.

O Lúpus é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo. Promovida pela vereadora Telma de Souza, presidente da Comissão de Saúde do Legislativo, a audiência pública buscou dar luzes à data, instituída no município por meio da Lei 3.131, de 29 de abril de 2015. A normativa estabelece que a Prefeitura deveria promover ações em alusão à ampliação do conhecimento pela população.

Para a ex-prefeita de Santos, a doença precisa estar entre os protocolos de atendimento da rede pública municipal, com destaque, pois, atualmente, poucos profissionais conseguem fazer a detecção precoce na Atenção Básica, recaindo o atendimento às unidades especializadas, mas infelizmente, já com a doença em estágio avançado.

De acordo com a reumatologista Lilian Marques Pereira Rosa, a doença atinge principalmente mulheres jovens, entre 16 e 45 anos, magras, negras, mestiças e asiáticas. Em geral, entre os portadores, de cada 10, nove são mulheres e um homem. Segundo ela, estima-se que a cada 1.700 mulheres, uma desenvolve o Lúpus, o que pode apontar a existência de 250 a 300 mulheres com a doença em Santos. Como a doença não é de notificação compulsória torna-se mais difícil a confirmação da estatística.

Também reumatologista, Amarildo Benedito Gomes da Silva apontou que a população, em especial às mulheres que aparecem na faixa de atenção, deve estar atenta à sinais que podem indicar a presença do Lúpus, como lesões na pele e mal estar geral, como fadiga, além do tabagismo que é um fator que colabora para a doença, assim como a exposição ao sol.

Para o estomatologista José Narciso Rosa Assunção Júnior, a doença é de difícil diagnóstico e requer um conjunto de exames e evidências para certificar sua existência. Segundo ele, é pela boca que pode ser feito um diagnóstico mais precoce.  "O diagnóstico precoce, rápido, é fundamental para evoluir melhor o tratamento, especialmente ao analisar lesões de palato e na membrana dos olhos, que podem indicar alterações".

A dentista Celina Isabel da Encarnação recomenda, ainda, que as mulheres nas condições de predisposição prestem bastante atenção quanto às alterações no seu organismo, dando o mesmo cuidado dado ao autoexame da mama. 

O advogado Fernando Saraiva indicou à população sobre a existência de direitos que cabem aos portadores de Lúpus. O portador da doença não é considerado uma pessoa com deficiência, mas os seus sintomas podem levar a essa condição, especialmente por haver desdobramentos incapacitantes a partir do desenvolvimento da doença.  Por exemplo, ele citou a artrose, que está no rol de doenças que podem gerar benefícios, e esta pode ser uma das sintomatologias do Lúpus. Além disso, ele mencionou que há estudos que comparam o Lúpus como doença degenerativa e, portanto, passível de seus portadores terem benefícios fiscais relativos ao IPI, ICMS e IPVA, entre outros.

Há também, conforme Fernando Saraiva, a existência de projeto de lei em tramitação no Congresso para enquadrar o Lúpus como deficiência e, assim, permitir aposentadoria específica e previdência.


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