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Outubro Rosa: audiência debate atendimento ao câncer de mama em Santos

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A criação de um centro oncológico e a melhoria nos protocolos de diagnóstico do câncer de mama foram algumas das propostas debatidas na audiência pública realizada na Câmara de Santos na quarta-feira, 22 de outubro.

Em meio à campanha do Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, a audiência mostrou as dificuldades e debateu sugestões para a melhoria no diagnóstico, tratamento e acolhimento de pacientes.

Outras propostas foram a ampliação do suporte psicossocial e assistencial a pacientes em vulnerabilidade, abordando questões de transporte e habitação, e a criação de um sistema municipal de informações que dê mais transparência aos dados sobre exames, diagnósticos e tempo médio de espera.

Entre as medidas para aprimorar os protocolos de diagnóstico, foram apontadas a inclusão de exames, como o ultrassom axilar, e a liberação mais ágil do exame imunohistoquímico.

Absenteísmo

O encontro reuniu representantes dos governos municipal e estadual, profissionais de saúde e membros da sociedade civil, incluindo pacientes e ativistas.

O médico Gilberto Mello, mastologista do Instituto da Mulher, criticou a burocracia do sistema, citando a perda de agilidade nos procedimentos cirúrgicos no Instituto e o risco de morte de pacientes devido à demora no início do tratamento. Ele destacou a necessidade de rever as decisões que impediram mastologistas de operar no Instituto.

A diretora de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde, Geovana Nunes, apresentou dados que revelam alto índice de absenteísmo (pacientes que faltam) em consultas de mastologia e em exames como mamografias e ultrassonografias de mama, o que gerou perda de R$ 1 milhão em exames de 2023 a setembro de 2025.

Ela informou, no entanto, que em Santos o agendamento da consulta com o mastologista para pacientes com suspeita acontece logo após o exame. Segundo a diretora, o setor de atenção primária tem intensificado as ações de rastreamento como forma de reduzir o absenteísmo.

Evolução do cuidado

A secretária adjunta da Secretaria Municipal de Saúde, Paula Covas, reconheceu a necessidade de se "reformar" a rede de saúde para adequá-la à evolução do cuidado e do contexto social. Várias pacientes apresentaram relatos emocionados sobre dificuldades enfrentadas no tratamento devido a barreiras burocráticas, obstáculos para conseguir transporte, demora no diagnóstico, falta de apoio psicológico e outros problemas.

"Durante o tratamento, muitas mulheres se afastam do emprego, enfrentam o medo da perda da autonomia, da feminilidade e, muitas vezes, a dificuldade do acesso ao cuidado integral", disse Maria Conceição Bela Brito, fonoaudióloga e criadora do grupo Illumine-se, de apoio às pacientes oncológicas. "Essas mulheres precisam ser abraçadas por políticas públicas que as acolham e garantam uma trajetória de cuidado mais justa, rápida e humana."

A vereadora Renata Bravo (PSD), que convocou e presidiu a audiência, considerou que a reunião serviu como "pontapé inicial" para a busca de soluções e se comprometeu a formalizar os pedidos às autoridades municipais de Saúde. Já a articuladora de Saúde da Mulher da Diretoria Regional de Saúde (DRS-4), Rita de Cássia Lima, prometeu levar as questões para a esfera estadual.

A mesa de debates contou também com a participação da secretária municipal da Mulher, Cidadania, Diversidade e Direitos Humanos, Nina Barbosa, e da diretora municipal de Atenção Básica, Rúbia Valente.

 

Assista à íntegra da Audiência.

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