Ambientalistas e autoridades se reúnem para analisar encalhes de baleias

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Com o objetivo de analisar os fatos relacionados aos encalhes de baleias Jubarte na baía de Santos, a Comissão Especial de Vereadores (CEV) Pesca Sustentável reuniu na tarde sexta-feira (20), especialistas, pesquisadores, institutos e instituições.

O encontro, realizado no Auditório Vereadora Zeny de Sá Goulart, gerou um importante cenário para apresentação de dados e poderá servir de base para futuras ações em prol da preservação ambiental e da vida marinha.

Foram expostos detalhes sobre os atendimentos e as possíveis causas para o crescente número de encalhes de baleias nas praias da região. De acordo com o presidente da CEV, vereador Marcos Libório, o debate poderá contribuir para criação de políticas públicas assertivas. “Há algo que a gente precisa discutir e fazer. Neste debate, podemos ver a importância de termos informações concretas e percebemos o tamanho da necessidade de investimento, monitoramento, pesquisas, para adotarmos políticas públicas assertivas e eficientes”.

Estiveram presentes o comando da Polícia Ambiental do Estado de São Paulo e demais representantes da corporação, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Gremar, Instituto Biopesca, além do professor e pesquisador Ronaldo Christofoletti e do vereador Paulo Miyasiro, que integra a CEV.

POSSÍVEIS CAUSAS

Como os aparecimentos de baleias não eram habituais na região (vivas ou mortas), possíveis causas foram apresentadas. Entre elas, aumento da população de animais nos oceanos, mudanças climáticas, crescente apreensão de redes no mar e, ainda, uma possível mudança de comportamento dos cetáceos (mamíferos aquáticos representados pelas baleias, botos e golfinhos) durante a pandemia, já que houve diminuição de embarcações no mar.

De acordo com o comandante da unidade especializada da Polícia Ambiental, capitão PM Fernando Burgos, em 2020 foram recolhidos 45 km de redes no mar, no Estado de São Paulo. Somente no primeiro semestre de 2021, o montante já passa de 50 km.

Outro comparativo foi apresentado pelo Biopesca. De acordo com levantamento do Instituto Baleia Jubarte, este ano já foram contabilizadas 130 baleias encalhadas no Brasil, sendo nove na região entre Peruíbe e Pria Grande. Em 2020, o total foram 70 encalhes.

RISCO DE INTERAÇÃO

Um item de consenso entre os participantes foi a necessidade de comunicação adequada e intensificada à população, incluindo campanhas institucionais, sobre como as pessoas devem se comportar, caso avistem baleias próximas à costa.

Foram expostos relatos recentes de pessoas que viram baleias durante a prática de esportes náuticos, ou em embarcações na região, e a interação pode ser um risco, tanto para a vida humana, como para os animais.

Para o coordenador do Instituto Biopesca, Rodrigo Valle, o debate dos assuntos ambientais no ambiente legislativo é fundamental para que a sociedade alcance resultados efetivos. “Ouvir as instituições, os pesquisadores, tomar conhecimento dos dados científicos gerados que, muitas vezes já existem, mas que são divulgados apenas no meio científico, é o canal fundamental de aproximação dos geradores de informações no embasamento de políticas públicas. Só assim teremos políticas públicas que podem fazer a diferença para a sociedade”.

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