No início, eram 26. Hoje são 15 mil alunos

Santa Cecília recebeu homenagem na Câmara

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Os 50 anos do Complexo Educacional Santa Cecília foram comemorados na noite de terça-feira, no Plenário Dr. Oswaldo Carvalho De Rosis, em Sessão Solene. O autor da homenagem, Vereador Braz Antunes Mattos Neto, líder do PPS, entregou uma placa de Honra ao Mérito à Direção da Instituição. Ex-aluno do Colégio Santa Cecília, o parlamentar abordou em seu discurso todo o histórico da Entidade, destacando sua grande importância para o desenvolvimento científico,  cultural e social da Região.

Braz destacou a ação pioneira de Milton Teixeira, Nilza Teixeira e Emília Maria Pirilo, comentando que a nova geração, integrada pelos irmãos Marcelo Pirilo Teixeira, Lucia Teixeira Furlani, Silvia Teixeira Penteado e Maria Cecília Pirilo Teixeira, expandiu ainda mais os horizontes. Dos 26 alunos iniciais, filhos de trabalhadores portuários, o universo Ceciliano hoje conta com 15 mil, incluindo Ensino Fundamental e Médio, 32 cursos de graduação, 70 cursos de pós-graduação e extensão, mestrados, doutorados e intercâmbios internacionais.


O Vereador do PPS destacou ainda o espírito invovador da UniSanta, o intenso trabalho social realizado, o incentivo aos Esportes e o mercado de trabalho: hoje, a Instituição conta com 1.500 funcionários, que trabalham nos 126 prédios que compõem o Complexo.
 
 
Leia a seguir o discurso proferido pelo Vereador Braz em homenagem ao Santa Cecília.
 
    
Sras. e Srs.......


  Universos só podem ser construídos com muita convicção, com muito empenho, muito trabalho. E com  uma enorme dose de fé dentro do coração.

  Universos só podem ser erguidos com o conhecimento, com a união da informação, do saber e do sentimento.

  Para sobreviver, procuramos respostas que nos ensinem sobre aquilo que devemos fazer. Muitos almejam o caminho mais fácil, aquele que só nos leva até o próximo dia. Outros procuram indicações efêmeras, que se apagam na brisa do entardecer. Alguns não buscam nada, preferindo  o refúgio conformista de viver só por viver.

  Mas existem aqueles que desenham em seu pensamento os novos universos que precisam ser conquistados, que pedem para ser construídos, arquitetados, solidificados. Estas pessoas sabem muito bem que toda conquista só tem valor de fato quando seus frutos são repassados,  repartidos. Uma convicção compartilhada em família gera muitas outras convicções, que criam um sistema de virtudes, de avanços, de brilho permanente, de lucidez sempre presente, de colaboração criativa, de interação.

  Com uma pequena ajuda de amigos e colaboradores, podemos tudo. Podemos até transformar um modesto banco escolar em uma banca de notáveis. Podemos até vender a nossa própria casa para erguer uma casa para todos os que têm fome de saber. Podemos inclusive transformar a nossa paixão em teses e teoremas de intrincadas teorias.

  E- como se queria demonstrar, enfim, - podemos provar que é grande a alma que acalenta grandes sonhos realizáveis.

  Sob a proteção da canção divina de Cecília, a Santa martirizada,  o acaso virou sonho, que virou início, que virou realidade. Um certo Professor Milton fez o que achou mais certo: em vez de comprar só um aparelho telefônico,  comprou uma pequena escola no Macuco, que tinha somente 26 alunos, filhos de trabalhadores portuários, em 1961. Os visionários sempre fazem a história ficar mais divertida e com mais conteúdo na hora de contar.

  Com certeza foi ali, na  Rodrigues Alves com Silva Jardim, que o Professor Milton começou a construir um novo Universo, feito de caminhos educacionais, com estradas que levariam ao aprendizado, ao desenvolvimento, ao crescimento pessoal de cada aluno. Mas nenhum homem é uma ilha, e   ele contou com uma ajuda das mais competentes: a esposa Nilza e a cunhada  Emília Maria, as duas também educadoras,  arregaçaram as mangas, apostaram no mesmo sonho e cuidaram para que a realidade acontecesse, ano após ano, aluno após aluno.

  Do alto das colunas lá no  fundo da classe  mais simples,  uma década nos contempla, nesta viagem pelo tempo: em dez anos, deu-se uma
grande multiplicação, que nem o mais perfeito cálculo matemático poderia prever: dos 26 alunos iniciais,  a escola antes modesta, que conservara o nome de Santa Cecília, contava com mais de mil. A progressão continuou, dando mostras de que não pretendia parar tão cedo de contar novos alunos. A previsão do tempo certamente não poderia deixar de avisar: estavam no horizonte os sinais de dias estudantis mais que ensolarados.

  E assim foi: a família empreendedora, que vendera a própria casa para investir  em Educação, chegou à segunda sede, na Rua Luiz de Camões. Na sequência, bastaram só três anos para que o universo ceciliano   adquirisse o tradicional Colégio Monte Serrat, na Rua Oswaldo Cruz, no Bairro do Boqueirão, em 1969, agregando novas possibilidades, novas cabeças pensantes, novos professores de alto nível.

  E o Colégio Santa Cecília adquire então o seu bem mais precioso: a credibilidade, o conceito de uma escola de excelente nível, capacitada para dar aos estudantes santistas uma base pedagógica das mais estimulantes.  

  O cenário estava pronto: inicia-se o projeto de iniciar também o ensino universitário. Consolida-se o sonho de participar e de influenciar a vida cultural da Cidade. O universo cultural santista só poderia mesmo ter uma reação: agradecer, comovido. Em 1971, surge a Faculdade de Engenharia, o primeiro curso universitário noturno da Baixada Santista, atendendo às necessidades da Região. E dando inteira razão ao sonho de um visionário.

  A História é conhecida: a Portaria Ministerial nº 420, de 11 de junho de 1986,  autorizou a criação da Universidade Santa Cecília UNISANTA-, mantida pelo Instituto Superior de Educação Santa Cecília - ISEC.

 Na escola original, trabalhavam seis pessoas.  Heróicas pessoas, dedicadas pessoas, que semearam e projetaram a colheita que viria. Hoje, são 1.500 funcionários, que convivem com  15 mil alunos, incluindo Educação Infantil, ensinos Fundamental e Médio, 32 cursos de graduação, 70 cursos de pós-graduação e extensão, mestrados, doutorados e intercâmbios internacionais.

  Falamos em 1.500 funcionários, um número bastante significativo em termos de geração de empregos. Afinal, são 1.500 famílias, cujo sustento depende do Santa Cecília. O que pode até nos levar a perguntar: o que seria da Região sem os empregos gerados pelo Santa Cecília, diretos e indiretos?

  Na  minha área de atividade, que é a Odontologia, o curso de graduação é motivo de orgulho também para a minha Categoria, em razão do seu nível de excelência. Tanto que, em 2010, recebeu do MEC o conceito de muito bom, alcançando a nota 4, do máximo de 5, sendo destaque nacional   e registrando a maior nota obtida por uma instituição particular. E é com muita satisfação que recebemos a notícia de que as instalações serão ampliadas, com a construção de novas unidades para Odontologia e Fisioterapia. 
 
  O apreço ao conhecimento, à cultura, à ciência e às causas sociais foi transmitida à nova geração, representada pelas filhas Silvia Teixeira Penteado, Lúcia Teixeira Furlani, Maria Cecília Pirilo Teixeira e o filho Marcelo Pirilo Teixeira, que desde cedo viviam o cotidiano estudantil, trabalhando, estudando, aprendendo a avançar mais e mais. Para honrar legado tão notável, cada um deles se preocupou em buscar o preparo adequado para as respectivas áreas de atuação.

  Os frutos da herança educacional passaram por outro milagre da multiplicação em escala planetária: os horizontes foram expandidos ainda mais, a inovação e o arrojo deram as mãos e a vanguarda virou a marca definitiva do Santa Cecília. O pioneirismo deixa marcas em praticamente todas as áreas, como o primeiro Laboratório de Conforto Ambiental do País; o primeiro e único laboratório farmacêutico em uma universidade da Região, o primeiro Juizado Especial Cível em uma Faculdade de Direito; a única minirrefinaria de Petróleo em operação no Brasil; a primeira Instituição a implantar o Surfe como disciplina; além de uma pré-incubadora de empresas voltada  aos alunos; o Sistema Santa Cecília de TV e Rádio; e o Instituto de Pesquisas NESE, que fornece os Índices de Preços ao Consumidor -IPC- e o fato de ser a única Universidade particular a participar do Projeto de Gerenciamento Ecológico de Zonas Costeiras- EcoManage, consórcio internacional financiado pela União Européia.

  E tem mais: quando poucos falavam em Ecologia, há vinte anos, surgiu o Laboratório de Ecotoxicologia. Surgiu também o primeiro e único, até hoje, Laboratório de Operações Unitárias de Engenharia Química. Em 2010, criou-se o Centro de Ensino e Pesquisas em Energia e Tecnologia da Automação.

  Desde 1973, o Santa Cecília impulsiona o cenário artístico da Região, com o curso de Artes Visuais. Tudo isso e mais as Clínicas de Odontologia, Escritórios Jurídicos, Bibliotecas e Centros Esportivos, além de diversas outras iniciativas.


  Para minha satisfação pessoal, o Santa Cecília desenvolve diversas modalidades esportivas de ponta, como é o caso da Natação, que tem destaque nacional. Como ex-aluno, que tem o diploma do antigo Ginásio expedido pelo Santa Cecília, confesso que o que me atraiu foi a possibilidade de praticar basquetebol e futebol, o que demonstra que a Instituição tem uma longa tradição esportiva.

  Outro motivo para orgulho é mais recente: o Santa Cecília abriga hoje a Casa de Martins Fontes - Academia Santista de Letras, que tem na Presidência minha querida amiga Maria Araújo. Além, obviamente, do Centro de Estudos Pagu UniSanta, idealizado pela brilhante escritora Lúcia Maria Teixeira Furlani, reunindo documentos preciosos a respeito de uma personalidade santista que é um ícone da cultura brasileira..

  Para completar, há a Editora Unisanta, o Teatro Experimental de Pesquisas e o Cine Clube Lanterna Mágica e o Espaço Cultural UniSanta, entre outras iniciativas na área cultural.

  O caráter inovador terá certamente a sua devida continuidade, agora e no futuro, pois a novíssima geração já se prepara para construir mais alguns universos. Aí estão o Marcus Teixeira Penteado, a Renata Teixeira Penteado Saorini, o Mohamed  Teixeira,  o Milton Teixeira Filho e o Munir Teixeira. E logo mais virão certamente a Caroline Simões Teixeira, o Marcelo Teixeira Filho e o Lucas Teixeira Furlani.


  Meus amigos e minhas amigas, senhores e senhoras:


  Até hoje, formaram-se no Colégio Santa Cecília aproximadamente 25.800 alunos. Outros 40 mil diplomaram-se na Universidade, incluindo Graduação, Pós-Graduação, Extensão, Mestrados e Doutorados. 

  O Complexo prestou dois milhões de atendimentos gratuitos à comunidade entre 2008 e 2010, o que significa a aplicação de R$ 68 milhões em responsabilidade social.

  São 16 edificações, com área total superior a cem mil metros quadrados de área construída e 198 laboratórios, em diversas áreas.

 Dentro do princípio de dividir o saber com a comunidade, para valorizar as pessoas e o próprio saber, são concedidas mais de quatro mil bolsas de estudo.

  Com tudo isso, a Instituição tornou-se uma importante referência educacional em âmbito nacional, atraindo estudantes de várias regiões.


  Todas as palavras ditas aqui justificam com sobras a apresentação do Projeto de Decreto original, que se transformou no Decreto Legislativo nº 38, de 2 de dezembro de 2010, que concede Placa de Honra ao Mérito aos 50 anos do Complexo Educacional Santa cecília, de minha autoria, com muita honra, e aprovado por todos os Vereadores,. Todas as homenagens são pertinentes e adequadas. Mas pessoalmente, quero homenagear  os integrantes da Família Teixeira que, desprendidos, além de construir e ampliar o Universo Ceciliano, jamais deixaram de circular entre os estudantes, de todos os níveis; entre os mais humildes dos funcionários, entre os professores, da forma mais natural possível. Esse comportamento é que merece ser saudado e homenageado, acima de tudo.

  Como ex-aluno, sou testemunha dessa característica especial, que diz a todos nós que somos todos iguais, somos todos solidários. E que, se houver disposição e fé, todos nós podemos igualmente construir novos universos, que promovam o homem, que alimentem o cabedal de conhecimento da população santista.

 Isto tudo assume uma importância ímpar, mostrando que a família Teixeira, seus colaboradores e funcionários, estão presentes no nosso cotidiano, na nossa formação como seres humanos, como munícipes  e como irmãos.

 Muito obrigado a todos.

 

Braz Antunes Mattos Neto
Vereador - Líder do PPS.

Sala das Sessões, 18 de outubro de 2011.