Ciclopaixões e pedaladas explodem em audiência

Ciclovias são discutidas durante mais de três horas na Câmara

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Bicicleta é uma questão de paixão. Muita paixão. Tanto que não faltaram posições passionais e arroubos de rebeldia durante a Audiência Pública promovida pela Comissão Especial de Vereadores que trata do tema, na noite de quarta-feira, 9 de maio. Entre pedaladas e questionamentos, salvaram-se todos!

Ficou a certeza de que o cicloativismo está cada vez mais forte e firme em Santos e que ciclovia boa é aquela que é realmente utilizada, conforme afirmou o Arquiteto Carlos Prates, da Prodesan, coordenador da equipe que projeta as ciclovias no Município. Como toda audiência democrática deve ser, não faltaram questionamentos aos vários representantes da Prefeitura presentes, incluindo o arquiteto Prates, o representante da CET, Denis Ruas; o Secretário de Meio Ambiente, Luciano Pereira de Souza, e representantes das secretarias de Panejamento e Serviços Públicos.

O Vereador Braz Antunes Mattos Neto, líder do PPS e Presidente da CEV, presidiu a Audiência, que contou com a valiosa colaboração do Vereador Fábio Nunes, ex-Secretário de Meio Ambiente e um cicloativista assumido. E logo de início, Fabião foi dizendo que o Poder Público precisa abraçar a causa dos cicloativistas e blogueiros, ampliando a conversa, a troca de sugestões e acolhendo reivindicações. O Vereador considerou também que, em termos de malha cicloviária, Santos está bem, mas precisa buscar a excelência.

E aí começou a sessão de cinema: o Arquiteto Prates exibiu um filme das antigas, mostrando o "trânsito" da cidade de São Francisco, lá na América do Norte,  no início do século passado, mostrando que os carros, bondes, caminhões, carroças, carros de boi, pedestres e bicicletas disputavam livremente os espaços, sem qualquer ordem estabelecida. Isso foi só para mostrar como a entidade chamada de trânsito evoluiu através dos tempos.

E concluiu: a bicicleta sempre  foi excluída pelos planejadores. Daí, a importância das ciclovias. Hoje, Santos conta com 28.100 metros de ciclovias, ou seja, pouco mais de 28 quilômetros. E essa rede ainda vai aumentar muito. A intenção é projetar e executar um anel cicloviário, interligando todas as rotas da Cidade.

Atendendo a  questionamento do Vereador Braz, o arquiteto da Prodesan revelou que está em estudos o prolongamento da malha cicloviária para servir ao Jardim Piratininga e Vila dos Criadores. O Vereador, por sua vez, defende uma ciclovia que, além de servir as duas localidades, chegue a Cubatão. Mas isso depende do Governo do Estado.

A meta, afirmou Prates, é chegar a 68 quilômetros. O que inclui o prolongamento da ciclovia da Rangel Pestana até a Bacia do Mercado, além do Canal 5, Morro da Nova Cintra e Jovino de Melo, e muito mais.

Verdade seja dita e pedalada: a Audiência foi convocada para discutir principalmente a ciclovia da Ana Costa e a futura rota da Avenida Nossa Senhora de Fátima. Essa, revelou Prates, terá 3.260 metros, com dois metros de largura (1,60 metro nos locais de travessia de pedestres) e 700 metros de gradil metálico de proteção e canteiros, nos dois lados. Haverá redução de parte das calçadas da avenida. Mas certamente haverá segurança para os ciclistas, que hoje correm sérios riscos.

O arquiteto falou a respeito da aprovação de mais de 83% das pessoas, em relação à ciclovia da Ana Costa. Disse que serão feitos diversos acertos, ainda. Por exemplo: os acessos à Praça da Independência serão aumentados e as curvas, ali, serão mais suaves.

Munícipes falaram e pedalaram forte, mesmo sujeitos a derrapadas: Vitor Panchorra, por exemplo, disparou questionamentos em série, duvidando de quase tudo, desde intenções até ações. Perguntou se as ciclovias são para lazer ou trabalho e afirmou que, na sua exclusiva opinião, ciclovias retiram os ciclistas do trânsito, ao invés de integrar. Quer dizer, ele acha que é uma espécie de segregação e que, num mundo ideal, não seria preciso garantir segurança aos ciclistas: os próprios motoristas seriam suficientemente educados para tanto. 

Fernando Gonçalves insistiu na metropolização das ciclovias. Rafael Bragança perguntou o que acontecerá com as ciclovias quando vier o VLT. E o bastante jovem Dominique Reuben perguntou, falando da Ana Costa, como pode uma ciclovia ter 90 centímetros de largura se o guidão da bicicleta tem um metro.

Depois de muita discussão acalorada, após de quase mais de três horas de pedaladas verbais, surgiu a proposta de uma nova reunião depois de uma pedalada comunitária, ou seja, com todos, inclusive os vereadores e o arquiteto. Além disso, que os visitantes  e participantes de audiências tenham direito a usar os paraciclos da Câmara Municipal que, a propósito, é a Casa do Povo.

E que os ciclistas sejam ouvido antes da implantação de qualquer projeto e se discuta permanentemente a situação das ciclovias. E ainda, que a  CET pense em implantar, também, ciclo-rotas na Cidade. Ah, que o piso das ciclovias seja melhorado, obviamente.

O Presidente da Comissão Especial, Vereador Braz, considerou a audiência cansativa, com momentos até de exasperação, mas muito produtiva. "Ficamos sabendo, por exemplo, que serão feitos acertos na ciclovia da Ana Costa, atendendo reivindicações dos ciclistas e sugestões que os vereadores apresentam constantemente".

 


Gabinete do Vereador Braz Antunes Mattos Neto
fone 3219-2168.
e-mail: brazantunes@gmail.com
www.brazantunes.com.br