Nascida em Birigui, interior de São Paulo, em 21 de janeiro de 1956, a geóloga e vereadora pelo PT, Cassandra Maroni Nunes, receberá nesta sexta-feira (dia 21), às 19 horas, o título de Cidadã Santista. A homenagem, na Câmara de Santos, foi proposta pelo vereador Marcus de Rosis (PMDB).

A ligação de Cassandra com Santos é muito anterior a sua mudança para a cidade, há 22 anos. Começou na infância, quando ela, os pais e mais seis irmãos encaravam uma viagem 570 quilômetros pela então pré-Rodovia Castelo Branco para chegar aqui. “Passei muitas férias em Santos. Meu vínculo com a cidade é afetivo: do caipira com o mar”.

Anos mais tarde, Cassandra, já como estudante de Geologia na USP, foi diretora da União Estadual dos Estudantes (UEE) para a Baixada Santista, fortalecendo ainda mais seus vínculos com a cidade. Foi a partir desse período que ela passou a conviver com lideranças de esquerda e progressistas de Santos.

A convivência com a política, aliás, era rotina na vida de Cassandra. Seu pai e sua avó foram vereadores. No entanto, apesar do ambiente de discussão política, não havia na família de Cassandra nenhum precedente de esquerda.

Logo depois de formada, atuando no Instituto Geológico desenvolveu o primeiro trabalho que juntava “o desejo de melhorar a vida das pessoas e a técnica de geologia”. Ela integrou o grupo, que em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, criou indicadores para identificar deslizamentos em morros e implantou o primeiro Plano Preventivo de Defesa Civil para escorregamentos nas encostas da Serra do Mar.

Daí, o resultado não podia ser outro. Quando a hoje deputada estadual Telma de Souza foi eleita prefeita de Santos, sua secretária de Planejamento, Lenimar Rios, convidou Cassandra para atuar no controle de deslizamentos dos morros da cidade. Desafio aceito, mudança concluída em abril de 1989, e surgia então o primeiro Grupo de Morros. A equipe técnica passou a desenvolver políticas públicas para enfrentar o risco geológico, ignorado há décadas. O trabalho resultou, em 1993 (já no governo David Capistrano), na criação da Administração Regional dos Morros, coordenada por Cassandra até 1996.

 PT, vereança e oposição

A visão de esquerda e as lutas estudantis levaram Cassandra a se filiar ao Partido dos Trabalhadores logo na fundação da legenda, em 1980. Mas foi somente 16 anos mais tarde, em 1996, que ela disputou pela primeira vez uma cadeira na Câmara de Santos.

Eleita naquele ano com mais de 4 mil votos, hoje Cassandra está em seu quarto mandato. “Lá se vão 15 anos consecutivos de trabalhos no Legislativo, lutando para ampliar, principalmente, os instrumentos de fiscalização e participação, e combatendo desmandos dos governos”.

Apesar do papel de oposicionista exercido desde 1997, a homenagem a Cassandra partiu do atual líder do governo, Marcus de Rosis, com quem já travou muitos embates no plenário. A surpresa pelo reconhecimento vindo de um adversário torna o momento ainda mais especial. “Eu sempre quis ser santista. Receber esse título será uma honra. Vou trazer minha mãe lá de Birigui para assistir”.

 Assessoria do gabinete da vereadora Cassandra

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