O ex-coordenador do canil da Guarda Municipal de Santos e a guarda tida como seu braço-direito negaram todas as acusações de assédio moral e sexual e violência física, feitas por seis outros membros da corporação. Os dois foram ouvidos quinta-feira (01/12) pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara que apura as denúncias. As audiências foram realizadas apenas com a presença de vereadores, para preservar a imagem dos depoentes.
Os depoimentos duraram cerca de quatro horas e foram colhidos em separado. Ao final, apenas o presidente da CEI, vereador Reinaldo Martins (PT), falou à imprensa sobre o conteúdo das reuniões. Segundo ele, ambos os denunciados contestaram as acusações de ofensas aos funcionários do setor e de agressões com a utilização de armas de pressão.
Ainda de acordo com o vereador, os dois disseram manter relações normais com os funcionários do canil, dirigindo-se a eles pelos nomes próprios e não por palavrões ou adjetivos pejorativos, como denunciaram as testemunhas ouvidas pela comissão anteriormente.
Para o presidente da CEI, “os depoimentos tiveram coerência, eles não titubearam, as respostas foram muito claras”. O ex-coordenador do canil, afirmou Reinaldo, rebateu informações de que mantinha armas de pressão e réplicas no canil, assegurando que elas permaneceram lá apenas por alguns dias.
O denunciado apresentou notas fiscais dos artefatos, a fim de desmentir a acusação de que teriam sido adquiridos ilegalmente. “Ele assume que tinha as armas – afirmou o vereador –, mas diz que elas não ficavam lá e que nunca as usou contra eles (os funcionários).”
Os depoentes negaram também, ainda de acordo com Reinaldo, a veracidade das denúncias de abuso sexual contra dois guardiães-cidadãos. O ex-coordenador afirmou que jamais manteve relação amorosa com a guardiã-cidadã que o denunciou e que sempre cobrou dela a postura profissional, como a todos no setor.
Sigilo – A CEI solicitará à Prefeitura o extrato da conta do telefone celular corporativo da coordenadoria do canil. O objetivo é apurar a afirmação de um dos acusadores que alega ter recebido, em seu celular pessoal, uma ligação do ex-chefe do canil.
A verificação da conta telefônica se justifica porque o ex-coordenador nega a realização desse telefonema. Com essa análise, a CEI pretende esclarecer qual dos depoentes está faltando com a verdade.
Guardiã-cidadã – Reinaldo destacou ainda que a CEI continuará insistindo para obter o depoimento da guardiã-cidadã supostamente vítima de violência sexual. Ela já foi convocada e deporia no último dia 25 de novembro, mas não compareceu.
Além de Reinaldo, compõem a CEI os vereadores José Lascane (PSDB) e Marcus de Rosis (PMDB), respectivamente, vice-presidente e relator, além de Arlindo Barros e Sadao Nakai (PSDB), Antonio Carlos Banha Joaquim e Manoel Constantino (PMDB), Braz Antunes Mattos Neto (PPS), Odair Gonzalez (PR) e Valdir Nahora (PSB).